O presidente da Fundação BIAL, Luís Portela, foi entrevistado por Helané Wahbeh, diretora de investigação do Institute of Noetic Sciences, de Petaluma, na Califórnia, a propósito do lançamento nos Estados Unidos do seu livro “The Science of Spirit” e do escasso financiamento internacional atribuído à investigação na área da parapsicologia, considerada uma “ciência de fronteira”.
Na entrevista, publicada em agosto no Journal of Scientific Exploration, Luís Portela apresenta os motivos que, na sua perspetiva, explicam o reduzido investimento nos apoios à investigação científica nesta área. “A parapsicologia e a consciência não têm sido tendências. Os elevados investimentos científicos e o enorme sucesso científico e tecnológico do século XX criaram uma perspetiva muito centrada na materialidade, no ter e no consumo. Ficaram para trás os aspetos mais ligados ao ser, aos valores universais, à espiritualidade e à parapsicologia”, afirma.
O presidente da Fundação BIAL recorda também que, durante a primeira metade do século XX, “algumas pessoas desacreditaram a área da parapsicologia, fabricando fraudes ou falsificando resultados”. Esta é, além disso, na sua opinião, “uma área ainda difícil de estudar devido ao facto de muitos dos fenómenos serem espontâneos e às vezes inconscientes, dificultando a sua reprodução em laboratório”.
O que mudou então nas últimas décadas? “Apareceram investigadores de universidades norte-americanas e europeias a realizar trabalhos sérios e profundos, o que veio criar as condições para algum desenvolvimento desta área (Tucker, 2008). Como tal, várias instituições que apoiam financeiramente a área da parapsicologia têm também emergido”, refere Portela.
Desde 1994, a Fundação BIAL, instituição de referência no apoio à investigação internacional em neurociências e parapsicologia, já apoiou 775 projetos, envolvendo 1624 investigadores de 29 países. Cerca de metade desses projetos são na área da parapsicologia.
Para permitir um forte e, se possível, rápido desenvolvimento desta área, Luís Portela gostaria que houvesse um significativo aumento do financiamento. Considera, porém, que o financiamento “não deve ser indiscriminado, mas antes direcionado ao desenvolvimento de projetos de qualidade”.
Leia a entrevista na íntegra aqui.